Hey :)
Como disse, a fic está mesmo a acabar.
E ainda bem, porque esta fic afecta-me nem sei porquê.
Obrigada Tom' Girl :)
Agora, pseudo-resumo:
O Bill é um rapaz pouco certo de si mesmo, namorava com Allison, uma rapariga de boas famílias e andava de costas voltadas ao irmão, pois apenas se centrava na namorada. Um dia isso muda, quando conhece Charlotte, uma rapariga mais nova, com muita atitude e personalidade. Charlotte desperta sentimentos de confiança em Bill e estes apaixonam-se quase de imediato. No entanto Bill, arrasta a sua relação com Allison, magoando Charlotte. Mas ainda a tempo, deixa Allison, quando não consegue tirar Charlotte da cabeça.
À medida que começa o namoro com Charlotte, os irmãos reconciliam-se sempre com a ajuda da rapariga.
Contudo, quando tudo aparenta estar bem, é descoberta uma doença rara em Charlotte, anemia de Fanconi que agora evolui para leucemia.
Charlotte está mais fraca e precisa deseperadamente de um transplante de medula óssea. Nem Bill nem o irmão, nem a familia de Charlotte são compativeis e a namorada de Tom decide tentar a sua sorte e testar a compatibilidade.
E pronto, o resumo está uma merda, mas vocês percebem a ideia, right? ;)
Beijinhos,
Marii K.
Capítulo 38
Voltas
Se o Mundo fosse um lugar fácil, não havia lugar para tantos sorrisos. As flores, as verduras, os prados, as árvores não iriam crescer, não havia lágrimas para os regarem.
- Bill, não é culpa tua – disse Tom.
A minha cabeça rodava. Castigava-me por apenas ter formado a uma esperança. E fiquei surpreendido, o meu coração nunca tinha funcionado assim. Com falta de esperança, de fé. O que havia então de eu sentir?
- Não é culpa tua – repetiu ele.
- Desculpa – disse Amy, com a voz dormente.
Agarrei a minha cabeça, deixei-a percorrer os contornos da minha cara para ter a certeza que ainda era eu, que esta realidade ainda era minha, e que não era apenas um fantasma preso no mundo. Toquei na parede, cravei as unhas na palma da minha mão até a sentir dormente. Queria sentir a mesma dor que tu, queria senti-la por ti.
- Bill…
- A culpa não é tua Amy – Respondi, talvez num tom mais brusco do que devia.
- Não é de ninguém – rematou Tom.
Ele levantou-se, dirigiu-se à recepção do hospital e colocou a mão no meu ombro.
- Não há mais visitas hoje, é melhor irmos.
Continuava a procurar sentimentos. Continuava a tentar descobrir o que era suposto eu sentir. Nos olhos de Tom encontrava a inveja dentro de mim, uma raiva latente por ele não sentir o mesmo afogo que eu. Uma pressão constante no meu peito também me dizia que estava a ser injusto. O que fazer?
Toquei no bolso das calças e senti o papel dobrado, queria mantê-lo ali mais tempo, mas agora tinha medo que esse tempo deixa-se de existir.
- Eu quero que ela vá para casa.
- Não podes fazer isso – replicou Tom
- De alguma maneira o irei fazer. Ela não vai ficar aqui, assim. Não vai.
Lembrava-me da primeira vez que tinha visto os teus olhos cinza. Do efeito que eles tinham sobre mim. Lembrei-me da maneira como coçavas o nariz, do teu sorriso de criança. E lembrei-te também dos teus olhos de lágrimas gordas que faziam morrer a tua aparência constantemente forte, lembrei-me que os vi pela vez quando te desiludi, quando a Allison ainda era parte da minha vida. E sem saber porquê, peguei no telefone e marquei o número de casa dela.
Tocou, tantas vezes quanto possível, e eu desisti. Deixei cair o telefone na cama e fui de novo para o hospital. Eram 4 da manhã, mas era como se o sono nunca tivesse passado por mim.
Sabias que eras especial no hospital? Que nem todos podiam ter alguém para os acompanhar de noite, mas a tua doença era rara, o teu tempo era escasso. Eras especial no hospital como sempre foste especial em qualquer lugar, ou situação. Eras especial em ti mesma.
Tinhas os olhos fechados, serenos, e vincados de negro. Por uns momentos pensava que já tinhas ido. Mas não ia deixar isso acontecer, agarrei-te na mão e sussurrei:
- Espera por mim Charlotte
Tu esperaste, agarraste-me também, e eu consegui ver de novo a cinza dos teus olhos.
- Desculpa ter-te acordado
- Não faz mal, estava à tua espera
Sorri.
- Vou-te tirar daqui Charlotte
- Eu amanhã posso sair do hospital a partir de amanhã, depois espero pelo dador. Ela vai aparecer Bill – asseguraste-me
- Eu sei
- Ele vai aparecer, e a anemia, a leucemia vai tudo ser passado. Ele vai aparecer – repetias
Beijei-te a testa, enquanto repetias as palavras, tantas vezes quando conseguias. Até colar os meus lábios nos teus e a sala ficar em puro silêncio.
- Amanhã vamos sair daqui os dois, vamos desaparecer.
Sorriste, tal como me lembrava, uma criança.
- Onde?
- É surpresa