Hey,
Isto anda complicado --'
Enfim. Os posts do fim-de-semana são seguros ;D
Este capítulo é para a MaryKaulitz
Beijinho,
Marii K.
16º Capítulo
Eras tu. Sempre foste tu. Viravas tudo ao contrário. Revelavas-te perigosa até para mim. Porque ninguém se pode entregar tanto como eu me entreguei a ti.
Mesmo sendo eu de ideias fixas, e de me deixar maravilhar completamente por uma rapariga; tu superaste. Transformaste-me, continuo-te a dizer.
Naquele dia saí da casa-de-banho e dirigi-me a ela. Desculpei-me que estava irritado. Que as coisas com Tom não estavam melhores. Não se interessou como tu. Limitou-se com a lamúria: “ Vais ver que qualquer dia lhe passa”
Qualquer dia passa-lhe o quê? Saberia ela do que estávamos a falar? Eu não sabia como tu me compreendias. De outra forma, teria ficado contigo desde que o mundo começou.
Não sei quantas horas fiquei na cama no dia que se encontra mais fresco na minha mente. Lembro-me de ver o nascer do sol na janela do meu quarto. Lembro-me de ouvir crianças a contar 1,2,3… repetidamente a brincar às escondidas, senti o calor do sol da manhã aquecer-me nos lençóis, ouvi a carrinha dos gelados que passava nas tardes de sábado, e senti de novo o sol a pôr-se. Tom era único que estava em casa, mas não o vi. Ouvia a tua voz e a de Allison. Juntas, enquanto tudo na minha cabeça se fundia. Era como se também o meu coração se dividisse, por batimentos cardíacos. Os teus, e os dela. Eu não estava lá. Eram vocês. E eu precisava de saber quem imperava. Precisava de saber quem batia mais alto. Quem me fazia melhor, enquanto eram opostas. Conhecia tanto de Allison como desconhecia de ti.
Levantei-me da cama e vesti a roupa do dia anterior, nem tinha cabeça para procurar mais. Saí de casa de novo em direcção ao parque. Sem carro. Era apenas eu. E pela primeira vez em muitos anos, senti-me sozinho. E como era isso possível com tanta gente há minha volta?
Tinha um gémeo, pais, tantos amigos e conhecidos. Uma namorada que se entregava e tu. Como me poderia sentir sozinho era um mistério. Como se de repente tu e Allison me tivessem levado o interior.
Estava deitado na relva molhada. Estava com frio, mas realmente não o sentia. Apenas a tua voz me despertou a atenção das estrelas. Deitaste-te ao meu lado.
- Porque estás aqui, deves ter um problema. Com a tua namorada não deve ser.
Ainda não tinha olhado para ti. Sabia que não ia resistir. Continuei fixado no céu apesar de não o ver. A minha mão vazia e fria foi preenchida pela tua.
- O meu número está na porta da casa-de-banho das raparigas. – Disseste de repente. - As raparigas da minha turma têm um humor muito engraçado
- Acho que precisas dele. Ou então preciso eu do teu. Fiquei um dia inteiro neste parque a ver se aparecias, tinha a certeza que virias.
Durante momentos ficámos calados. Era o barulho dos carros a passar, vi mais à frente os sinais mudar de cor. O parque não era particularmente bonito. Mas era para onde ia brincar com Tom.
Decidi olhar para ti, tentar fica acordado enquanto observava os teus olhos, os teus lábios aveludados. E consegui. Parecia estar a ganhar prática.
- Como é que tu fazes isso? Como é que tu vês as pessoas assim?
- Vejo-te a ti. Tento ver através de ti.