Hey,
Então acho que já tenho as coisas resolvidas :) obrigada a quem disse alguma coisa sobre estes problemas.
Agora tenho de ir escrever. Porque tinha sempre 3 capítulos adiantados, mas como não tenho tido tempo pra escrever, coiso... este é o último que tenho =X
Beijinho,
Marii K.
Capítulo 7
Se somos feitos para viver, porque é que há coisas que se atravessam na nossa frente? Que não deixam seguir, que nos prendem. E que nos retiram partes do coração. Que nos retiram quem mais precisamos. E porquê? Pergunto se não fui eu mesmo durante todo aquele tempo. Porque posso ter sido outra pessoa. Porque agora sou novo. Porque sou teu, e não quero ser de mais ninguém.
Quando deu o toque não sabia o que ia acontecer. Lembrei-me apenas de que Allison não estava ali para mim, nem Jane. Ambas tinham ido a um concurso inter-escolas e ali ficava eu. Importei-me na altura…agora é razão para agradecer.
Atravessei a porta e depois parei, imediatamente. Como se algo se tivesse atravessado na minha frente. Era uma cor que avistava no telhado da escola, uma cor brilhante e berrante. Não parava de me cintilar nos olhos. E o segundo impulso que tive foi decorrer todas as escadas até ao telhado, onde te encontrei de costas a avistar algo no pátio do Liceu.
Foi talvez uma onda de medo que me percorreu o coração. Medo por ti…e talvez, egoisticamente, medo por mim. Porque possivelmente naquela altura, já sabia o quanto precisava de ti.
- O que estás a fazer? – Perguntei a medo, enquanto me aproximava de ti.
Percorri o teu corpo com os olhos. Uma saia vermelha até ao joelho e uma camisola preta rasgada no meio das costas. Nunca tinha reparado que usavas coisas assim…talvez estivesse demasiado preso aos teus olhos. Seria possível?
E vi outra vez a cinza. E tanto que dava para a ver de novo. Olhaste-me sem uma expressão a correr a tua face.
E como o meu nome soava bem, vindo dos teus lábios. Soava diferente de todas as outras pessoas que já o tinham dito. E mais uma vez eu não sei porquê. Nem sei como são possíveis coisas assim. Que me espaçam, que me intervêm, que me curvam e me domam sobre ti. Como é possível tu existires assim…
- E tu sabes o meu? – Consegui balbuciar quando me coloquei ao teu lado.
- Toda a gente sabe o teu nome. Eu sou a Pinky ainda não ouviste?
- A tua namorada, não foi? – Perguntaste com um sorriso meio desvanecido.
- O teu nome é Charlotte. – Disse. Nunca te trataria por uma alcunha.
Quando consegui fixar a câmara na tua mão, estavas tu a sorrir para mim. Como sempre fazias. Misteriosa e alegre.
- És esquisito sabes? Mais do que eu…
Pegaste de volta na câmara fotográfica profissional e eu só ouvia os clicks e observava para onde o teu olhar se dirigia. Não percebia o que estavas a fazer, mas também não perguntei.
- Estás a chamar-me esquisito a mim? Não sou eu que vim fotografar para o telhado…
Continuaste na mesma posição, sem me olhar, sem sorrir. Apenas concentrada no que fazias. Mas ao mesmo tempo falavas comigo, como se eu não passasse de um velho amigo a quem estivesses habituada a ter por perto.
- Diz-me Bill Kaulitz… Tens algum passatempo?
- Não sabes? Como não sabes? Toda a gente faz alguma coisa…
- Então é esse o teu passatempo. – Concluís-te.
Largaste depois a câmara e voltaste-te para mim. Mais uma vez a cinza brilhante que me encadeava e fazia esquecer todas as razões para estar ali. E foi sempre essa cor que me levou a ti.
- Porque vieste cá a cima? – Perguntaste, curiosa. O cabelo cor-de-rosa a ondular fazia-me lembrar algodão doce e sempre foi essa caracterização que lhe dei, até aos dias de hoje.
- Vi-te na beira do telhado e pensei que…
Não continuei. Ao pé de ti, de repente todos aqueles pensamentos que me tinham impelido para o telhado pareciam ridículos. Tu não te ias magoar. Eras forte. Sempre foste e agora, mais uma vez tens de o ser.
- Ah! – Sorriste e andaste graciosamente até ao alçapão para descer para os pisos da escola. Ainda te voltaste para trás e me fixaste – Eu nunca me iria magoar. Só se fosse por alguém… o que não é caso, visto que não tenho ninguém.
- Tenho uma família. Daquelas grandes e que se completam. Daquelas todas perfeitas e tal... Onde cada um tem o seu papel e com jantares de família e coisas felizes. Tu não precisas de mais ninguém quando tens uma família assim…
Estavas tão certa como errada. Ambos precisávamos de aprender um com o outro. E quando desceste as escadas, quis, exactamente como agora… que esperasses por mim.