Hey..
Então ontem não postei...tive uns problemas e com a sorte fantastica que tenho nem consegui ficar na concentração até ao almoço.
Gosto deste capítulo.
Obrigada pelos comments
Beijinho,
Marii K.
Capítulo 5
Quando chegaste à minha vida eras apenas uma miragem. Agora és diferente, és muito mais. És a razão no meio da minha vida de miragem. És algo que não consigo ver longe de mim. Quando a vida é feita de sombras, tu és o maior contraste, a única nitidez que eu vejo e tenho.
Quando me deitei os teus olhos ainda cá estavam. Como se avaliassem o meu estado de espírito, a minha reacção à tua vinda, ao teu sorriso e ao teu fugaz olhar. Como estavas dentro de mim não sabia... Talvez porque não quisesse saber.
Nem o teu nome sabia…a tua idade muito menos. Oh, e como queria saber mais. E porquê?
Enquanto abraçava Allison sentada no meu colo, era ela que queria, ela dela que precisava, e isso prolongou-se durante tanto tempo, tu bem sabes. Na altura de pores um pé nas escadas que davam aos escritórios do director, logo me retraí. Iria aquele liceu inibir mais pessoas? Deixá-las sem maneira de se expressar e sem algo dentro delas que as caracterizasse?
Nem que no dia seguinte chegasse tarde, tudo iria mudar pela manhã. Que me expulsassem, que me pusessem um processo, pois nada me importava.
- Telefone! – Gritou Tom da porta, interrompendo o meu silêncio pensativo.
Peguei no telefone portátil e mal o encostei ao ouvido já previa longas conversas. Daquelas que se prolongavam durante a noite e a embalavam até ao dia seguinte.
- O teu irmão está bem disposto – Percebi que estava a mastigar alguma coisa
- Hum. Pareceu pela voz… Olha, na sexta vamos fazer uma festa de boas-vindas
- Óbvio que não… - Respondi, enfadado.
- Que foi isso? – Perguntou carinhosamente – Hoje estavas esquisito Bill… Estás bem? Foi por eu passar a manhã na associação?
- Allison… Mete-me confusão…aquela rapariga, se tiver de mudar de cor de cabelo… faz confusão
- Por te fazer lembrar o teu caso? – Perguntou, compreensiva.
- Não podes fazer nada Bill. Ninguém pode fazer nada. Se pudéssemos tu não tinhas mudado, nem a Gret, nem ela teria de mudar.
- Eu vou fazer alguma coisa – respondi prontamente.
Não refutou. Acabou por adormecer por volta das duas da manhã já não sei com que conversa. Gostava de adormecer com a voz dela como último pensamento. Pelo menos afastava outros, bons ou maus… o dela era sempre um sonho e lutava contra todos os outros.
Quando acordei na manhã seguinte estavas fora do meu pensamento, era de novo uma manhã normal com o despertador esganiçante. Quando acabei de me vestir e desci as escadas, Tom fazia o mesmo. O mesmo passo, e as mãos nos bolsos tal como eu. Observei-o a dar um beijo na minha mãe e ela a entregar-lhe um prato com uma torrada numa conversa despreocupada.
- Bom dia, está aqui o teu pequeno-almoço.
- Tenho de ir já, vou ao cabeleireiro. – Disse, agarrando nas chaves do carro.
Ela olhou para o relógio e sorriu assentindo com a cabeça como que dando permissão. E depois, deu uma dentada na minha torrada.
- Gosto – Disse Jane, enquanto corria para me apanhar na entrada da escola.
- Gostas? – Confirmei, olhando-a de frente.
Ela sorriu e assentiu com a cabeça enquanto pegava numa rasta e gargalhava. Recomeçámos a andar para o interior do colégio.
- Ainda bem… - olhei-a de lado, com uma expressão inquiridora - Estás atrasada porquê?
- O despertador não tocou. A Allison já me ligou toda amuada no primeiro intervalo. – Disse com um sorriso enquanto agarrava o cabelo para o prender num rabo-de-cavalo.
- Já passa da hora do almoço, voltaste a adormecer depois de teres falado com a Allison? – Sorri enquanto a apanhava na plena mentira e coloquei-lhe a mão sobre o ombro.
- Bem… - começou Jane, corando – Fui ao nutricionista
- Nada. Tenho uma dieta nova, tens de me ajudar, ok? Diz à Allison para não se atrever a comprar-me chocolates… Ela é muito boa pessoa mas depois estraga – Sorria, embaraçada; percebi que estava mesmo a falar a sério.
Quando olhei em frente Allison corria desesperada, quase desfeita pelo riso que a impulsionava.
- Porquê tanta felicidade? – Perguntei quando a agarrei nos braços e a beijei.
- O teu cabelo está lindo. Mas vem aí o Hecto, que já está a dar um raspanete na Pinky.
- A do cabelo cor-de-rosa. – Explicou ela, enquanto me puxava para dentro de uma arrecadação.
Deixou a porta aberta, e foi quando consegui percebê-lo.
“Menina Charlotte já a avisei dois dias seguidos. O processo disciplinar segue-se aos avisos” – falava a voz emproada do Hecto.
Charlotte. Experimentei nos meus lábios, silencioso. Soava bem. Soava-me doce.