Hey,
OH vocês gostaram =D *yeih*
E leitoras novaas! Ritaa e Maupa, welcome! ;D
Afinal vou hoje para casa, yeah, yeah, yeah!
Quero sacar as fotos todas do Tom. Tão bom, tão bom, tão boooom! (grrr)
Beijinho beijinho,
Marii K.
Tom tinha razão. Desde quando eu me transformara assim?
Quando era pequeno eu acreditava que ninguém mudava. Via o meu pai longe da minha mãe, e sabia que o sentimento que os tinha separado não ia mudar. Via o Gordon com a minha mãe, e sempre acreditei que o amor deles irá mudar para sempre. Como eu e o Tom, sempre fomos quem somos, nunca tínhamos mudado, nem separado. Éramos gémeos e isso nunca iria mudar. Não mudou.
Mas quem nos separou assim? Quem criou o abismo?
Tudo o que sei é que o curaste. Não sei com quê, com quem, com que poder. Sei que foste tu. E isso nunca será demais para agradecer.
Naquela manhã, não sentia nada diferente. O mesmo sol que entrava tímido por entre as cortinas fechadas. O mesmo calor ténue, e a mesma preguiça de todos os dias. Mas iria voltar para o Liceu, e a única e mísera hipótese de me animar, era pensar que realmente iria estar a Allison a esperar por mim no portão escuro. Sempre imaculada, e com uma pele lisa como papel. Como sempre, a minha Allison.
Quando acabei de me vestir e beber o copo de leite fresco que a minha mãe tinha deixado na porta do frigorífico; entrei no carro e meti a chave na ignição, para o rádio ligar e ouvir sempre as mesmas vozes dos locutores da manhã. Sempre a mesma rotina, e eu não me importava. Considerava-me completo, e porquê não sei. Não entendo. Não te tinha a ti.
E para as novas certezas da rotina, lá estava ela. O mesmo sorriso preso nos lábios, e os mesmos olhos que me procuravam a sair do parque de estacionamento. Como era também era habitual, não me viu até me encontrar a um palmo da sua face.
Pegou no meu rosto e colou os seus lábios aos meus. Sabia a menta. A rotina, mais uma vez. Que posso falar mais destes dias? Eles eram o completo costume, onde se apenas uma palha se mexesse, se um sorriso saísse fora do sítio, era um dia diferente. E eu quando chegava a casa, nada tinha para contar.
Isso sim era diferente, era a transformação. Diferente de quando chegava a correr pela porta da cozinha, e Tom me saltava paras costas, atingindo-me com algo na cara por ter chegado primeiro do que ele. E via o sorriso da minha mãe que alegremente perguntava “O que se passou hoje na escola?” Eram gritos e atropelamentos de palavras. Eu e Tom. Tanto para contar.
- Há toneladas de gente nova. Nem nunca pensei que tivessem preenchido todas as vagas… - começou Allison, tomando o meu braço, para me conduzir até ao pátio.
- As médias baixaram – interferiu Jane.
Gostava da Jane. Era alta, com uns olhos pretos e sempre a afirmar que tinha quilos a mais. Allison discordava, chocada, de modo a fazer a amiga sentir-se melhor. Mas quando Jane estava sozinha comigo, suspirava e pedia uma salada, murmurando algo como “Só tu é que pelo menos ignoras. Não mentes.”. Sorria-lhe e passava-lhe a mão pelo ombro. Dava-lhe palavras de conforto, sobre como ela iria ultrapassar aquilo facilmente. Uma redução nos doces e o assunto estava arrumado. Sempre sorria, e dizia que se não andasse com Allison, provavelmente estaria apaixonada por mim. Quem não gosta de ouvir elogios? Como disse, gostava da Jane. Simples, simpática, sincera e divertida.
O pátio estava atolado com a fachada da cerimónia de boas-vindas. E nessas deprimentes alturas, tinha a certeza que a ideia que o liceu dava, não era de prestígio, mas sim um princípio de certeza que estávamos na escola primária. Apresentações e cerimónia, todos tratados com excelência como numa escolinha de miúdos ricos e mimados, filhos das grandes celebridades do mundo. Nem eu sabia como conhecia aquele mundo, nem muito menos, como tu te encontravas lá.
- Têm sempre aquele ar de crianças inocentes… - opinou Allison.
- E tu tem-lo sempre. O meu Bill, a minha eterna criancinha!
Soltou uma gargalhada e beijou os meus lábios, quando eu lhe correspondi o sorriso.
- Não sei porquê isso não me soa a uma coisa para se dizer a um namorado – Ela agarrou a minha mão e beijou-a.
- Devias sentir-te lisonjeado. Se continuar a dizer isto quando for a altura de ficares com rugas, vais-me agradecer
Tinha-me por garantido. O futuro era garantido. Ela sabia que não ia mudar. Era igual a mim, era ingénua ao não aceitar a transformação.
- Juliet Schmitz
- Charlotte Baudelaire
Só sei uma razão para ainda me lembrar dos nomes que chamavam um a um, para subir ao palco na cerimónia. Tu estavas no meio deles.