Hey!
Obrigada .
A todas, mesmo. Só as pessoas que têm blogs e sentem este tipo de apoio, podem saber como umas simples palavras podem melhorar o dia. Vocês são fantásticas, não têm a noção do quanto são importantes para mim, mesmo. <3
Hoje é uma one-shot, e vou passar a explicar o porquê:
Eu mudei a fic ontem à noite, e ainda não entendi muito bem como vou fazer isto. Mas amanhã vou de visita de estudo a Beja, e durante a viagem e mesmo lá, como são workshops em que vou estar sempre a desenhar e tudo isso, deve-me vir ideias=).
Deixo hoje, além da One-shot, um excerto que escrevi para a estrelinha e para mim, e o desenho que estou a fazer:
Excerto:
Quantas vezes te deitas ao impossível?
Sonhos e curiosidades, quanto tempo perdes?
Agora já nada é assim.
O tempo está a contar, tens de o acompanhar, ou melhor, de ser mais rápido do que ele.
Esperar pelo bom, atirar o mau para trás das costas e deixar de viver com o receio, de essa vida alguma vez acabar.
Porque se acabar, é assim que tem de ser.
Vive, sente, sonha e explora.
Os sentidos são teus, aproveita-os.
M.R.
Desenho a pastel seco, para quem não sabe é uma especie de giz. (Está inacabado, falta: o fundo do lado esquerdo, retocar o brinco, o vestido, o nariz, o cabelo e as sobrancelhas e dar brilho. (: )
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One-shot - Luz do Ser
Os caminhos são tortuosos, caminhas com a incerteza do futuro. Procuras a felicidade, repeles o sofrimento. Porquê?
Precisas dele para aprender, precisas dele para viver; para dar o significado à tua vida.
***
A porta bateu. E o seu corpo descaiu, até mais perto do líquido vermelho que escorria pelo chão. Só ao sentir o cheiro do sangue, se apercebeu de que os rasgões da sua pele, ainda aparentavam ter vida. O tom arroxeado que os envolvia, deixavam transparecer o seu mundo escuro, agora que o vira partir.
Tentava vezes sem conta recambiar-se para o passado, quando o tinha conhecido da forma mais simples, quando ainda não sabia como iria ser complicado, perdurar o seu incondicional amor.
“ – Daniele… é o seu nome?
Ela assentiu freneticamente e pressionou o corte do seu pulso. Repousou na maca ao olhar os olhos cor de âmbar do rapaz. Reconfortou-a de uma maneira incompreensível.
- Porque é que faz estas coisas Danielle?
Mergulhou nos seus pensamentos ao sentir uma ligeira picada no seu braço e a voz reconfortante do jovem médico; só aí entendeu que estava a dar resistência, esbracejando e vociferando palavras ameaçadoras. Deixou-se levar pela droga e adormeceu até um mundo escuro e gritante. “
-Bill…
Meu Bill
Meu anjo.
A sua voz tornava-se doentia, enquanto balançava o corpo para trás e para a frente, enquanto sentia o sangue escorrer-lhe pelas mãos, enquanto deixava a sua alma entregar-se à mágoa.
Os olhos praguejados de negro, e tão alertas quanto possível, deixavam escapar lágrimas gordas e salgadas, que quase poderiam formar um rio de dor. Olhava aquela sala, a sala onde tinha vivido talvez os seus melhores momentos; onde tinha lançado as maiores gargalhadas, onde tinha chorado de tanto rir, onde tinha selado a paixão, o amor que a unia ao seu precioso anjo.
Oscilava o corpo com mais e mais manifestação, mordeu o lábio inferior com tanta força que o perfurou, e pôde sentir o sabor do sangue; o cheiro já era habitual.
“ Passou as mãos pelo seu cabelo negro e sorriu; ao ver a boca do rapaz entreabrir-se.
- Porque é que o fazias?
- Porque não haveria de o fazer? – Respondeu a medo.
Bill subiu as mãos pela cintura, acariciou-lhe o peito e beijou-lhe o pescoço; o seu toque fazia-a sentir como dantes; como se tivesse completamente restaurada. Parou os lábios juntos ao seu ouvido e sussurrou-lhe:
- A tua vida é tão preciosa Danielle. Deixa-a pelo menos para mim.
Ela engoliu em seco e deixou Bill tomar o seu corpo nas mãos, beijando-o em cada milímetro.
Sentiu-se amada. Tal como já se tinha sentido, ao olhá-lo pela primeira vez naquele hospital, quando cuidou dela. O seu toque não era o de um simples médico, era paixão; e ela sabia-o.”
Era como se tivesse tão perto do horizonte, como se fosse ela a luz que se enterrava na escuridão, procurando o outro lado do mundo. Procurava a felicidade. Procurava de novo Bill, o Bill que a olhava nos olhos e não aquele que acabara de virar costas.
Lembrava-se que tudo o que pensava e a perturbava já lhe tinha saído da boca em circunstâncias de terror, enquanto ele a apertava contra o peito e lhe limpava as lágrimas.
A porta bateu, e ela sentiu a presença de alguém; olhou a divisão a medo, mas não figurava nada de novo. Chorou de medo, desesperadamente. Era óbvio o seu estado de depressão.
O seu corpo foi repentinamente arrancado do chão. Procurou de novo algo. E encontrou.
Estava sobre o seu colo, no sofá, e os olhos de âmbar que tantas vezes procurava estavam lá de novo, a pegar-lhe o débil corpo. Olhavam os pulsos de Danielle minuciosamente, enquanto limpava as feridas abertas e as suturava. Ela não parou de o olhar, era como se tivesse medo que tudo desaparecesse de novo, como se fossem arrancar parte de si.
- Bill…
Agarrou-se ao rapaz que já amava desde há 5 anos, era como se tudo tivesse acontecido ontem. Ele beijou-lhe a cabeça e abandonou-a de novo. Deixando o corpo da rapariga descair para o sofá. Fechou os olhos.
“ – Tens de ser forte Danielle, acabares com a tua vida, assim, por suicídio, só revela cobardia. Tu não és assim. Tu és forte Danielle. Eu sei disso.
Ela não respondeu, a respiração ofegante não o permitia.
- Tu és capaz. Viver não é um sacrifício. Eu estou aqui, vive por mim.
- Eu… vivo apenas por ti.”
Nada era realmente perturbador na sua vida, nada de grave a levara a perder a força de viver. Mas também nada lhe dava alento para continuar. Abriu os olhos de novo e expirou, como se tivesse a garganta a queimar.
Ele voltou, bruscamente, e batendo com a as portas. Depositou-lhe uma fonte de paixão nos braços, enquanto a endireitava no sofá e rodeava os ombros com os braços.
- Vive por nós Danielle. Tu és a luz, és a luz do Jacob.
Danielle passou os dedos, repletos de sangue seco, pelas faces do seu filho e olhou Bill, olhou mais uma vez aqueles olhos. E depois voltou-os de novo para Jacob. Eram os mesmos. Porque não haveria de viver para eles?
- Tens três razões para viver, o nosso filho, eu e tu. Viver é o melhor remédio.
E beijou-a longamente. Um beijou de amor, que perdurou para o resto da sua longa vida.