Hey,
Oh, vocês são tão queridas *.* e eu a pensar que já ninguém lia isto.
Já acabei a fic :)
Posto o último amanhã oui?
Vocês fazem chantagem emocional comigo para a Charlotte não morrer!!! Grr, não é justo!
Vá,
Beijinhos ;)
Marii K.
Capítulo 39
“Muso”
O tempo não devia ter pernas nem asas. Não devia andar nem voar.
O dia estava frio, e era de esperar. A neve caía em farrapos, e de algum modo, eu sentia calor.
Ao meu lado esforçavas-te para não tremer, para não dar sinais da tua fraqueza. Pensas mesmo que não entendi? Sorri e tirei o cachecol do meu pescoço enrolando-o no teu.
- Estamos quase a entrar - disse.
Abracei-te com força e beijei-te a testa, depois o nariz e finalmente os lábios. O sabor tropical voltara, não eram remédios nem aquele sabor de hospital. Eras tu, de novo. Só nós sabíamos e desejávamos tanto que fosse assim que daríamos a vida por isso. Daríamos a vida por um passado, por uma nova oportunidade de esmagar a tua doença. De mandá-la para longe, como se fosse ela a entrar naquele avião, onde agora pousávamos os pés.
Entrámos de mão dada e eu desejava que assim eu tivesse voltado.
Quando apertámos os cintos, de alguma forma eu senti a falta de algo.
- Já andaste de avião?
- Disneyland – sorriste – O Matt vomitou de tanta excitação.
Olhavas para baixo, nostálgica e por momentos tive medo de te estar a fazer perder algo.
- Podemos ir para casa Charlotte… Tu podes não querer isto, esta surpresa, podes querer estar com eles, com a tua família.
Encostaste a cabeça no meu ombro e apertaste mais a minha mão.
- Quero estar contigo Bill, é isso que eu quero.
Lá a neve tinha desaparecido. Era o céu cinzento que mergulhava pelos prédios de poucos andares e finalizava na transparência dos canais venezianos.
Puxavas-me para todas as pontes, nunca parando em nenhuma, mas por fim encostaste a cabeça no meu peito e era como se tivesse o coração cheio. Não estava repleto de preocupação ou medo, era apenas o que eu sentia por ti. Era só orgulho e amor e paixão, que me deixava acreditar que o tempo podia parar ali, naquele momento, naquela ponte.
- Não acredito que fizeste isto…
Sorri e beijei a tua cabeça.
- Vai ser a nossa cidade, Veneza. E vamos vir cá todos os anos – prometi.
- Todos os anos?! Boa sorte para arranjares o dinheiro Bill!
- Ainda vamos ganhar muito dinheiro com as tuas fotografias…
- Não acredito que queres viver às minhas custas Bill Kaulitz!
Afastaste-te com um sorriso enorme e fotografaste vezes sem conta, enquanto davas gargalhadas que deviam acordar toda a cidade. Corri para ti e tirei a máquina das tuas mãos. Puxei-te pela cintura e tinhas os teus olhos tão perto dos meus que definia os traços da íris.
- Não sou bom modelo – disse baixo.
- Sabes o que se diz? “És a minha musa” – sorriste – Tu és o meu muso
Gargalhaste tão alto e tão estridente. Era o som que eu queria ouvir agora.
Continuei a olhar-te com atenção, todos os traços.
- O que foi? – Perguntaste.
Agarrei uma madeixa de cabelo rosa e coloquei para trás da tua orelha.
- Amo-te.
E beijei-te sem pressas, sem amanhã. Esperando que o futuro fosse nosso, e esta palavra, esta cidade, fosse para sempre assim. Quente como o meu coração estava naquele momento.