Hey,
peço desculpa pelo atraso. Mas a escolinha não perdoa e eu ainda ando meia perdida com o horário. Tenho de me organizar.
De qualquer maneira, amanha tenho tarde livre e vou trabalhar na fic para a adiantar como deve de ser.
Mas isto de postar um dia depois tem efeitos positivos xD tantos coments x)
Este capítulo é para a SoniaKaulitz. Acho que vou seguir o teu conselho e por uma das fics em concurso. Amanha vou por uma votação para me ajudarem na escolha. Depois explico tudo :)
Beijinhos,
Marii K.
15º Capítulo
Queria ser teu. Queria que tudo o que estava a cair fosse reposto.
Queria vezes e vezes sem conta que o mundo não tivesse existido sem tu apareceres. Porque da maneira que eu te amo… tu transformaste a minha vida. Queria que fosses a minha vida. Para sempre. Aqui, agora.
Era traição o que eu estava a fazer?
Quando encostei a cabeça na almofada só me apetecia voltar atrás. Queria que tu fosses apenas uma miragem. Algo que eu admirasse. Algo onde eu não ficasse preso. Eras já tanto naquela altura. E eu sabia que não ia aguentar estar longe de ti.
Mas não sabia como iria conciliar a minha amizade com o amor por Allison. E mais importante; não sabia como olhar-te pela perspectiva de amiga. Se o meu corpo ficava quente, se o meu coração saltava em desproporcionalidade.
Fechei os olhos e tentei não imaginar o olhar desapontado de Allison sobre mim. Mas os sonhos chegaram outra vez. Eram sempre agitados e eu não sabia quem via. Acordava de manhã apenas com uma névoa, e um irredutível cansaço. Como iria sobreviver se nem sabia combater os sonhos?
- Estás bem Bill? – Perguntou a minha mãe ansiosa.
Revi toda a minha rotina do dia anterior e realmente não consegui encontrar a hora do jantar. Tinha vindo directo do Liceu para casa da Allison e depois para casa. Não vi horas. Não fazia ideia da hora a que me tinha deitado, de quando tinha acordado sobressaltado.
- Não. E chegaste tarde. – Parou - Fiquei preocupada. – Acabou por confessar - Sabes que podes jantar em casa da Allison quando quiseres e ficares até mais tarde, mas podias avisar.
- Tens razão – Olhei a torrada que tinha no prato e trinquei-a uma vez até a colocar de novo no prato – Não volta a acontecer.
Levantei-me da mesa e saudei o Gordon quando passou por mim.
- Não tenho fome mãe. – Disse do hall de entrada onde juntava as chaves e o dinheiro na mala.
- O que se passa com o teu irmão? – Ouvi-a sussurrar.
- Perguntas-me a mim? – Ouvi Tom ainda grunhir.
E bati a porta com um suspiro. Se eles tinham reparado em minutos… Allison iria reparar num segundo.
Se a traição fosse uma palavra. Se a traição fosse um olhar, o calor que me percorria, os sonhos que tinha, os pensamentos que se formavam… eu estava condenado.
Suspirei e atirei com a mala para cima de um banco.
Sempre a mesma pergunta que me cansava o dia-a-dia. E se bem conhecia Allison, ela não iria parar de perguntar até obter uma resposta que a satisfizesse completamente.
- Não comeste nada. Atrasaste-te. – Constatou enquanto me observava sentar.
- Allison. Pára de analisar. Nunca tiveste mal disposta num dia?
- O que é que mudou desde que eu tive doente? Diz-me Bill, o que é que mudou? – Continuou a insistir.
- Não mudou nada! – Quase gritei. – Fogo Allison. Em casa são as mesmas perguntas, não me podes dar um espaço? Não sejas igual a eles…
- Se em casa te fazem a mesma pergunta, mais uma razão para eu me preocupar. Afinal não estás assim tão distante só comigo.
- Eu não estou distante com ninguém. Allison, sou eu mesmo!
Peguei na mala e andei em passos rápidos até à casa-de-banho quando fui interceptado pelo teu sorriso.
Olhei-te assustado. Como poderia estar toda a gente a perguntar-me isto nestes dias? Respondi-te com um sorriso fraco e um aceno e apressei-me de novo para a casa-de-banho.
Atirei a mala para o chão e lavei a cara com água fresca. Ouvia as conversas, os gritos, as brincadeiras bem ao fundo. Como se estivesse fechado numa cave só minha, e agora completamente isolado. Não havia Allison, não havia Charlotte. Tu meu amor, continuavas tão longe quanto a minha decisão.
Levantei os olhos da água gélida e vi o meu reflexo no vidro. Aqueles olhos contornados por um doente negro e praguejados de um terrorífico vermelho não podiam ser meus. Eram de outra pessoa, alguém que não dormia há muitos, muitos dias.
Foi quando consegui rever todos os meus agitados sonhos daquela semana. Onde tu entravas sempre. Onde era sempre a ti que eu amava. Era sempre o teu sorriso que eu via de manhã e não o de Allison. Como podia ser tão egoísta? Como podia já não a ver?
Eras tu o meu centro no inconsciente.