Um
Sim… Festa
Passou as mãos pelo cabelo armado de forma selvagem e suspirou ao ouvir os gritos e as buzinas na parte de fora da sua casa.
Eles tinham chegado.
- Vá Megan! O Louis já está tocado, despacha-te! – Gritaram as vozes dos seus amigos.
- Vai ser uma festa! – Gritou histericamente Louis.
Tinham vindo todos no descapotável de Kyle, mais uma vez. Imaginou Louis, estendido no banco de trás e agarrado à cintura de Ginger, pedindo uma e outra vez que se reconciliassem. Inúteis. No entanto, não deixavam de ser seus amigos. Quem poderia não gostar deles?
Desceu as escadas e aí começou a pensar, se Bill tinha trazido o irmão. Quantas vezes desejou que o seu melhor amigo tivesse nascido sem aquele atrelado, sem aquele apêndice, sem aquele acessório de rastas louras.
Abriu a porta e constatou o inevitável.
- Hey Meg! – Saudou Bill.
- Meg, Megan! Renault Megane!
Ignorou aquela voz rouca, sentou-se no banco da frente, entre Kyle e Bill e passou as mãos pelas têmporas.
- Porquê, porquê?
- Porque ele tinha de vir… que querias que fizesse? – Desculpou Bill.
- Odeio quando dizes isso. – Revelou Megan.
- Tu odeias tanta, tanta coisa. – Suspirou Kyle, arrancando até às docas.
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- Todos os sábados é a mesma coisa.
- O que foi?!
- O Louis embebeda-se, a Ginger vai à procura de outro mas acaba sempre com ele. O Kyle fica a trabalhar no bar, a Jody agarra-se ao “Apêndice”, vão os dois para a casa de banho e saem de lá como se um furacão lhes tivesse passado por cima. O Fred vai ter com a Lisa ao cais e sabe-se lá o que se passa naquele sítio.
- Queres saber? – Perguntou Tom, sentando-se na frente de Megan, ajeitando a fita.
“Já acabou o filme da casa de banho” – constatou Meg.
- Não…dispenso. – Respondeu educadamente.
Olhou de novo para Bill com um ar implorante e este levantou-se.
- Vá, anda dançar.
Bill puxou o seu braço e ela seguiu-o para a pista de dança. Foram para um canto mais separado, quase nem movendo o corpo. Ela não queria dançar, apenas queria sair dali.
- A noite para nós é sempre diferente. Fugimos dele de maneira sempre diferente. – Aprovou Bill.
Megan sorriu, abraçou-se ao melhor amigo e deixou-se ficar pela música que embalava o rapaz.
- Um dia vais explicar qual é essa aversão por ele…
Ela contraiu o maxilar e afastou-se de Bill, até se recostar na parede.
- Não há nada para explicar, também não gostas de muita gente Bill.
- Não dessa maneira. Ele alguma vez te fez mal?
Não queria relembrar nada. Engoliu em seco e agarrou numa bebida que Fred tinha deixado no balcão antes de se dirigir ao cais.
- De forma alguma. Eu apenas odeio a forma de ele agir.
- Cada pessoa é como é. Nós somos gémeos, nem devemos ser assim tão diferentes, mas tu... no entanto distingue-nos como doce e salgado. Nós somos gémeos Meg.
- Odeio quando dizes isso…
- Eu sei. Tu odeias –
- Tanta coisa – completou – já sei.
Agarrou na mão de Bill e arrastou-o de novo para o centro da pista de dança. Ia divertir-se como qualquer outra noite.