Aliados de Sangue
Guerra, da vida o cruel contraste,
O mundo tu tens carbonizado,
Cravaste-nos na alma do ódio a haste
E o sonho deixas martirizado;
Té o belo amor tu envenenaste,
O viver deixando atemorizado.
Guerra, abominável canibal,
Que rega o chão com sangue e pavor,
Fazes o homem virar animal,
Negando assim as graças do amor.
Guerra, ó selvagem assassina,
Que com o dissídio nos domina,
Destróis sonhos feitos com calor,
Cada vez que a vida faz progresso,
Embebendo-o em lágrimas de dor,
Tu obriga-a a voltar de regresso.
Marinha de Pina
1º Capítulo
Os momentos de guerra podem ser desesperantes. Podem fazer-te sentir tão só no mundo, que já nem te sentes a ti mesmo. Os teus movimentos tornam-se perigosos, os teus dentes batem tão gélidos que fazem a melhor melodia.
Estás só. Estás por tua conta. És só tu, e o inimigo.
Mas… se esse inimigo se aliasse a ti? Uma aliança pura, que ninguém esperava? Uma aliança de sangue, entre seres tão distintos, mas com o mesmo fim: Amor e Vitória.
Não se pode ter tudo…
***
Capitão Tom Kaulitz. Soava-lhe bem. Era algo desejável, algo com valor. Ele próprio sabia isso de si. Lembrava-se de cada momento da sua tenra idade no exército.
O primeiro, era talvez o mais infantilmente doloroso. Quando cortaram as suas rastas sem piedade, deixando apenas um pequeno vestígio, do louro bronze do seu cabelo, com cerca de 2 milímetros de altura.
Assustava-o realmente essa posição, já não se sentia o mesmo rapaz desde aí. Era um homem. Formado e pronto para a vida. Pronto para combater pelo seu país.
A batalha começava:
8 de Abril de 2049
Bordeaux
A partida dá-se hoje.
Vou-te deixar neste dia chuvoso de Abril, onde já se podem ver as papoilas pintar o prado de vermelho. Serei assim tão sádica em pensar logo nesta 3ª Guerra Mundial? Em pensar logo no vermelho de sangue espalhado pela pátria.
Tenente Rose Mildred. O orgulho está no meu nome, no que me tornei. Uma mulher respeitada. Obtive tudo com um custo. Posso ter-me afastado de muita gente, mas tenho a mina força, a minha coragem, o meu exército, a minha pátria.
A história, meu caro diário… começa aqui.
Se te conseguir tocar sequer com um dedo será sorte, mas prometo tentar escrever. Contar-te cada acto bravo e digno que orgulhe Inglaterra.
Tenente Rose Mildred, despede-se. Parte para a aventura.
Aqui vou eu…
Tua, Rose
Eram todos jovens, ninguém merecia. Mas o dia chegou.
Destinos cruzam-se. Duram, ou não.