Hallo=)
Obrigada pelos comentários, e espero que continuem assim pleaaassseee :D
Não escrevia one-shot's à seculos, e hoje vi a Pocahontas e lembrei-me disto xD muito estupido, eu sei... porque não tem quase nada a ver xD.
Anyway... isto teria uma segunda parte, mas vocês é que me dizem se querem ou não ok? Digam-me nos coments please.
Beijinho@
A Manhã em que Anoitece
Pensava que podia ter tudo, que ninguém me iria impedir de nada, pensava que era livre de amar e viver. Como me enganei.
Percorri a rua completamente deserta, enquanto o sol ainda não tinha nascido. O escuro apoderava-se, junto com a humidade e o frio nocturno. Sentia o peito gelar, não sei se devido ao frio ou ao simples facto de o meu coração reter um enorme buraco, que á medida que as horas, minutos e segundos avançavam, se tornava num perigoso precipício, onde eu inevitavelmente iria cair. Não havia forma de voltar para trás, não havia forma de reter o tempo, e ver o meu anjo, mais uma vez sorrir para mim.
Neste século cego, onde tudo o que encontram é crime, remetendo-o imediatamente para uma execução na forca. Um século só, sem compaixão ou piedade.
Pressionei a carta gasta e amachucada contra o peito. As lágrimas queriam cair, mas eu era forte, sempre fora e sempre serei. Fechei os olhos e corri o máximo que conseguia, soltava as pernas com uma rapidez até então desconhecida. Tentando combater o frio, lembrava palavra a palavra, aquela carta que me havia roubado o coração.
Querida Isabella,
Relembro cada momento contigo, como se fossem pequenos diamantes, que vejo brilhar no fundo desta escuridão. Quantas vezes desejei que fosse diferente, quantas vezes desejei não o ter feito, não ter perdido a cabeça. Dessa forma ficaria contigo. Dessa forma estaria neste momento a amar-te como mereces.
Isabella. Revejo o teu nome, vezes sem conta na minha mente, e, de cada vez que o prenuncio sinto um frio gélido pela minha coluna, como se se quebrasse a cada segundo, juntamente com a minha alma perdida.
Ao ver aquele amanhecer cada vez mais perto, não perco a coragem, não perco o alento, nem perco muito menos, o amor incondicional que sinto por ti.
Quando aquela corda me rasgar o pescoço, me cortar o ar, quero que saibas que quem vai estar na minha mente és tu, meu amor. Porque mesmo que quisesse, não te consigo afastar do pensamento.
Isabella. Tu, para mim, significas o mundo. És o meu pequeno diamante.
Com o maior amor,
Bill Kaulitz
Sabia a carta de cor, sabia cada letra, cada vírgula e cada ponto. Sabia em que palavras eu parava para respirar, o pouco ar que ainda me restava.
Corria tão rápido, tão velozmente, que superava a minha própria resistência. Inspirava o ar frio da noite, mas nem por sombras iria parar.
As lágrimas presas no meu olhar vazio misturavam-se com o ar húmido e levantei o meu longo vestido para poder soltar melhor as pernas.
Chegando a um portão enferrujado empurrei-o sem parar e bati freneticamente à porta.
- Deixe-me entrar! – Gritei, encostando todo o meu corpo à porta metálica fria.
Rapidamente apareceu um guarda, com os olhos negros de olheiras e as mãos gastas das grades cruéis.
- Porque haveria de a deixar entrar menina? – Falava pausadamente.
- Preciso de ver os olhos do homem que pretendia matar o meu pai. – A minha voz, falhava a cada segundo, com o peso do cansaço.
- O seu pai?
- Conde Lavort.
- Menina Isabella Lavort?
Assenti com a cabeça e empurrei a porta olhando-o nos olhos, que demonstravam a sua permissão. Ele seguiu rapidamente à minha frente, levando-me a uma cela macilenta, onde reinava um odor intragável, e o escuro escondia as faces perfeitas do meu anjo, que se encontrava de costas para mim.
- Posso? – Sussurrei ao guarda, enquanto segurava a fechadura.
Ele fez o favor de me abrir, e desaparecer naquele profundo corredor.
Segui em pequenos passos, agarrando a sua mão, que se encontrava pendurada ao longo do seu corpo.
- Até parece que sinto o seu toque. – Disse a sua voz fraca, olhando o tecto.
- Bill, eu estou aqui meu amor.
Vi a sua face voltada para mim, e foi aí que as lágrimas cederam, foi nessa altura, ao ver os seus olhos negros, praguejados de lágrimas, de dor, de sofrimento e arrependimento, que os meus olhos se derreteram milhares de gotículas. Estava tão magro, com um ar tão sofrido, que fazia o meu próprio corpo contorcer-se de dor.
- Isabella… – soou a sua voz melodiosa.