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Love is not a feeling... It's strength.
Sábado, 8 de Novembro de 2008

One-shot - Meu guardião

Hallo!

Não posto a mil anos, e peço desculpa.

Hoje posto uma one-shot que acho que acho que não está muito boa, por isso...coiso. E amanha posto o 2º Capítulo da fic, ainda bem que estão a gostar :D.

Como vou mudar a musica do blog, para uma musica que já pus num video dos tokio hotel, deixo aqui o video(lá em baixo) :) gosto imenso dele, foi o melhor que fiz até agora.

 

 

agora a one-shot:

 

Meu guardião
 
 
        Retirei a camisola negra, e passei os dedos pela cicatriz já branca, como se pertence-se a um passado longínquo, em completo desacordo com o meu pensamento.
        Na minha consciência, ele salvou-me neste preciso momento, no momento em que estou a inspirar o ar quente deste quarto, que foi outrora seu.
        Todas as memórias que guardo suas, estão presentes em mim, no meu sangue, nos meus órgãos, no meu corpo, no meu ser.
        Fui até à varanda e olhei o pôr-do-sol. O céu alaranjado, tornando-se claro à medida da altitude, fazia-me pensar que ele estava bem, que ele descansava tão bem neste momento. Fazia-me sobretudo ter a certeza que ele descansava com os anjos. Porque na realidade ela nunca irá deixar de ser o meu anjo da guarda. Desde que nascemos, e até antes disso, estávamos juntos.
        Com esta separação não consigo decidir se quero viver, ou partir com ele. A única coisa que me detém é o facto de parte dele estar em mim. Faz-me ter a nítida sensação que se me matar, o vou matar a ele também. Que vou tirar o pouco que resta dele do mundo. E isso seria a maior perda que o universo poderia sofrer, porque ele é sagrado nesta vida!
        Sinto-me pesado, pesado pela culpa. A minha pobre escolha de vida, levo-o a abandonar-me. Se alguém se tem de culpar pela sua morte, sou eu. O seu próprio irmão.
        Sentei-me no muro, observando a grande cidade que me tornou num monstro. Um monstro, foram as suas próprias palavras.
        Começo a recordar-me, do seu olhar desapontado sobre mim.
 
* Memórias *
 
        Olhei para o céu e conseguia ver luzes a guiar-me o caminho para o abismo, sorri feito louco. Senti uma mão puxar-me o ombro.
Bill: Não percebes o que estás a fazer?!
Eu: Estou a olhar para o céu!
Bill: Estás a estragar a tua vida!
Eu: Vai-te lixar! Já não aturo as tuas merdas Bill! Sempre o mesmo menininho! Acorda para a vida! Come umas gajas, fuma uma!
        O seu olhar brilhante de lágrimas penetrou o meu corpo.
Bill: Tu não estás o mesmo! És um monstro Tom! Olha para ti!
        Levantei-me, gritei com ele, enquanto cambaleava, só via os seus olhos desiludidos sobre mim, lágrimas pesadas escorriam pela sua face e acabaram por correr pela minha. Enquanto que no princípio gritava com ele por prazer, sorrindo, no final chorei no seu ombro, sem aparente razão. Talvez não aguentasse aquilo tal como ele.
        Acordei deitado no sofá, e olhei para ele deitado no chão ainda a dormir. Olhei para trás e vi ainda a minha garrafa de Vodka. Levantei-me e fui buscá-la. Bebi-a inteira pela manhã, fui ao bar procurar por mais alguma coisa.
        De repente senti uma presença na sala, não foi preciso virar-me para perceber quem era.
Eu: Porque é que não desapareces? Porque raio ainda continuas aqui?!
Bill: Porque é onde tenho de estar, contigo.
 
* Fim de Memórias *
 
        Sai do muro e sentei-me no chão, encostei-me à parede. Soluçando, chorando por uma oportunidade de fazer tudo de novo, por uma oportunidade de não o magoar, de o manter junto de mim.  
        Eu não merecia que ele sofresse, eu não merecia que ele me salva-se com aquela cirurgia. Porque é que eu sobrevivi e eu não? Porque razão o meu fraco organismo, danificado por tanto álcool e drogas aguentou a cirurgia de transplante e o dele não? Porque razão me fui meter naquela infame vida, levando àquele maldito transplante que lhe roubou a vida?
        As perguntas assombram-me inevitavelmente e eu não as tento empurrar. No entanto, sei que não me posso agarrar apenas à amargura e à dolorosa perda do meu irmão. Porque eu continuo vivo, tentando passo a passo construir uma vida que ele desejava para mim.
        O meu simples acto de viver representa uma maré, no princípio a dor que sinto não parece tão importante, parece sobretudo normal, mas depois, passando o tempo, olhando para trás apercebo-me do que a dor já consumiu.
        A minha decisão de viver e ultrapassar esta dor, é importante para o manter elevado, para o manter orgulhoso, para o manter lá em cima. Porque afinal, se eu não estivesse neste mundo, quem é que ele iria proteger?
         

*Fim*


publicado por Marii R. às 20:06

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